Cruzeiro - O Clube, a Torcida e seus Ídolos!
Olá amigos! Estou de volta pra tratar de um tema que há muito me desperta reflexões - a relação peculiar entre a torcida celeste e seus ídolos!
Poucos times no Brasil tem uma história tão rica e gloriosa como o clube celeste. O Cruzeiro Esporte Clube é considerado um dos maiores e mais populares clubes de futebol do Brasil, são mais de oito milhões de torcedores espalhados pelo país. Com uma história que não se restringe apenas ao Brasil, o Cruzeiro já foi duas vezes campeão da Copa Libertadores da América e da Supercopa da Libertadores; uma vez da Recopa Sul-Americana, da Copa Ouro e da Copa Master da Supercopa. No âmbito nacional, o time celeste detém quatro conquistas no Campeonato Brasileiro e seis da Copa do Brasil. Um clube com a história e número de títulos como os que o Cruzeiro tem é normal ter vários ídolos. Diferentes épocas, diferentes conquistas levaram muitos jogadores ao olimpo celeste: Raul, Piazza, Dirceu Lopes, Tostão, Nelinho, Darci Menezes, Zé Carlos, Palhinha, Adilson Batista, Nonato, Dida, Sorin e Ricardinho, são alguns dos grandes ídolos que já vestiram e fizeram história com o manto celeste.
Pois bem, a torcida do Cruzeiro é conhecida pelo alto grau de exigência, por gostar de um futebol bem jogado e pela ambição de títulos. Estas características foram e são importantes e fundamentais para entender como esta história vencedora do clube foi forjada. No entanto, de um período pra cá vivemos tempos muito estranhos! Além desta exigência, estabeleceu-se uma “divergência” com os ídolos atuais por um lado e uma rápida adoração por alguns jogadores de outro.
Um breve comentário pra nos ajudar a entender este fenômeno: Já falei aqui em outro artigo sobre os diversos “tipos” de torcedores que encontramos atualmente no campo e principalmente, nas redes sociais: os “modinha”- não sabem nem onde a banda toca, mas acham “chic” ser Cruzeiro; os “eternos 6x1” que dão ao rival local muito mais importância que ele tem; os “amor incondicional” que se acham mais torcedores do que os outros e detonam tudo e todos que ousam criticar o clube, de jornalistas a torcedores comuns; os “influencers” que usam do clube para se autopromover; os que “torcem pelos dirigentes”, entre outros! Nestes diversos “tipos”, nos quais eu não me encaixo em nenhum, estão contidos estes tais detratores de ídolos e os adoradores instantâneos de jogadores.
A busca de seguidores ou a simples vontade de aparecer fazem que os verdadeiros ídolos sejam alvo preferido e fácil desta galera. Jogadores como Fábio, Léo e Henrique são as mais recentes vítimas deste comportamento. Fábio, que não precisa de comentários, é o maior ídolo do clube de todos os tempos, pelo número de jogos, títulos conquistados e atuações memoráveis, foi durante muito tempo contestado pela galerinha. Léo é aquele tipo de jogador consciente dos seus limites, muito esforçado e seguro. Raramente compromete e ajuda muito o time, mas para enaltecer o Dedé acham que precisam denegrir o Léo. Henrique é um dos melhores volantes que já vestiu a camisa celeste. Clássico, sem o talento de um Falcão por exemplo, já foi mais rápido quando fazia dupla com Ramires, mas se reinventou e continua jogando em pé, preenchendo bem os espaços e apoiando os zagueiros. Uma referência pro time e pros mais novos. Bem diferente de um outro volante aí, que distribuía pancadas e carrinhos a torto e a direito e era adorado por uma certa torcida.
Mas além do futebol, Henrique tem outra característica que ajuda a explicar a ira de alguns: é discreto, não faz posts lacradores nas redes sociais e nem dá declarações bombásticas.
Mas este pessoalzinho demonstra seu lado cruel com os jovens da base celeste também. Adoram ir para as redes pedir pra lançar os meninos (os imbecis postam assim: “a base vem forte!” quando um time “sub” ganha um título!) e são implacáveis diante do menor erro que estes garotos tem em uma partida.
Então não se pode criticar os ídolos do time ou os garotos da base? Claro que eu não disse ou defendo isto. Todo e qualquer profissional pode ser criticado. Aliás, todo e qualquer jogador tem sua fase ou dia ruim. Garrincha, Zico e até Pelé, também já tiveram. Isto é inegável e humano. O que eu defendo é que se tenha RESPEITO e que se entenda o quão importante aquele jogador é pra o time ou o quanto ele poderá vir a ser, no caso dos garotos!
Por outro lado, muitos sujeitos deste grupo de torcedores tem uma neura, uma adoração com quem acaba de chegar no clube e aqui vou citar alguns, sem nenhum julgamento da capacidade profissional deles: Rodriguinho, Pedro Rocha e Dodô. Foram endeusados, chamados de reis e coisa e tal. Bons jogadores? Também acho. Potencial pra se tornar importante no clube? Sim. Mas por enquanto, não são e não podem ser tratados como ídolos, tem muito que provar com a camisa do Cruzeiro. Como diria Celso Roth: - CAUTELA!
Abre parênteses – lamentável o que fizeram com o goleiro SIDÃO, sob todos os aspectos. 1 – A emissora foi, no mínimo, covarde e omissa. Poderia ter divulgado o resultado da votação e não ter entregue o “prêmio” por respeito ao profissional e depois da péssima repercussão vem pedir falsas desculpas ao jogador. 2 – Os votantes são cumplices da humilhação ao homem e mostra que estes tipinhos que falei acima estão espalhados por todas as torcidas, infelizmente. – Fecha parênteses.
Como diria o poeta: pra finalizar e pra não dizer que não falei das rosas...: o time vive um momento péssimo. Parece que acreditou que realmente era especial e muito mais do que era e subiu no salto. Adversários fracos, oba-oba da mídia e euforia da torcida ajudam a explicar este sentimento, mas a verdade é que não está correspondendo nem dando sinais de que vai mudar e temos grandes nomes no papel e pouco futebol no campo. E relembro que o técnico é o mesmo e tem 3 anos de clube. Soluções e bom futebol deveria ser a nossa tônica!
Deixando claro que não conheço nenhum jogador, nem dirigente, nem técnico do Cruzeiro e que só torço pra que nossa tradição seja respeitada!
Saudações...
Por: Walace Alves - @Blog_Tendencias
Imagem: Filipe Ikis - @ikisoficial