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  • Foto do escritorEzequiel Silva

Quanto vale o amor do torcedor?

O Cruzeiro seguiu a tradição e, no dia do seu aniversário de 102 anos, lançou a

camisa oficial de jogo para a temporada de 2023. Uma camisa bem bonita nas fotos,

e fiel às tradições: design simples, sem firulas e nas cores certas. Outro acerto da

fornecedora de materiais e dos responsáveis dentro do clube pelo projeto da

vestimenta.

Camisa 1 - Temporada 2023


Mas o clube que se orgulha de ser o time do povo mineiro - e que de fato tem a

maior torcida do estado - parece não entender a realidade financeira do seu povo.

Afinal, comprometer cerca de 20% do salário mínimo numa camisa de time não está

nos planos do cruzeirense de renda média.


Já há um bom tempo que os preços das camisas de futebol são surreais, é verdade,

no entanto o clube parece não fazer a correta leitura do seu público consumidor e

acaba deixando escapar para a pirataria uma fatia importante de torcedores, que

não têm outra opção em vista.


Assim como o clube vem cometendo os mesmos erros na gestão do programa de

sócios-torcedores (em resumo, cobra-se muitos pontos para receber poucos

benefícios), e na questão dos acessos da torcida no Mineirão em dias de jogos,

também não administra bem os preços dos seus materiais, principalmente os da

camisa oficial de jogo.


Uma solução que poderia onerar menos os preços da camisa seria lançar a uma

opção fan, feita com materiais mais simples e baratos mas com qualidade parecida

com a de jogo. O maior exemplo no Brasil é o Bahia, que lançou há alguns anos

uma camisa de até R$99,00 voltada para atender ao público mais pobre. Talvez o

contrato vigente com a atual fornecedora celeste ainda não permita isso, mas

precisa ter vontade do próprio Cruzeiro em baratear a camisa.


Um exemplo da falta de vontade do clube são as camisas das equipes de basquete

(que até hoje nunca atuou) e e-sports, lançadas por outro parceiro comercial, mas

que por algum motivo mantêm os preços altos do futebol para o consumidor final.


Há que se entender que a marca do clube tem um preço, que isso precisa ser

valorizado sim, porém o mercado consumidor do clube se restringe praticamente ao

seu torcedor, que necessita também ser ouvido e visualizado. De nada adianta

batermos no peito falando do valor da marca, que a camisa é linda, se na rua

ninguém usa a camisa oficial porque não consegue comprar.



Um abraço aos amigos do DebateZeiros!


Por: Ezequiel Silva - @ezequielssilva89

Edição: Renata Batista - @Re_Battista

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