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  • Foto do escritorEzequiel Silva

O Cruzeiro e a Copa do Mundo

A Copa do Mundo encanta, mexe com o País e une as pessoas em torno da maior paixão do planeta. Mesmo que por aqui, no Brasil, o evento não tenha o mesmo apreço dos tempos em que a Seleção Canarinho empolgava a todos, a Copa é ainda um grande acontecimento.


Seja pela sua grandiosidade, pela consagração àqueles que a vencem, ou pela simples nostalgia de revivermos tempos de trocas de figurinhas de jogadores do bom e velho álbum da Copa.


Certamente, um gigante do futebol como o Cruzeiro não poderia faltar a uma ocasião de tamanho prestígio. O Maior de Minas ofereceu à Seleção Brasileira e à Copa verdadeiras lendas do esporte. Destacando-se entre essas lendas o maior ídolo da história celeste, Tostão.

Tostão


Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, é o maior artilheiro da história do Cruzeiro (242 gols) e foi o primeiro atleta atuante no futebol mineiro a ser convocado para uma Copa do Mundo, na edição de 1966, realizada na Inglaterra.


Um detalhe importante é que a Copa de 1966 foi disputada antes da famosa final da Taça Brasil, na qual o Cruzeiro venceu o Santos de Pelé. Tal fato mostra como Tostão já se destacava, visto que o futebol mineiro estava à margem do Rio de Janeiro e de São Paulo naquela época.


Na Copa de 1966, Tostão marcou 1 gol no jogo em que o Brasil perdeu por 1x2 para a Hungria, ainda na primeira fase. A Seleção não foi bem naquela Copa, e após perder para Portugal de Eusébio na rodada seguinte (1x3), acabou sendo eliminada precocemente. Porém, Tostão deixou sua marca, e nos anos seguintes continuou sendo chamado, e mesmo com uma séria contusão no olho, que quase o o tirou a visão, foi chamado para a Copa de 1970, no México.


Ao lado de Pelé, Gérson, Rivelino, Jairzinho e outros monstros do nosso futebol, Tostão foi tricampeão do mundo, naquela que é considerada por muitos a maior seleção campeã da Copa de todos os tempos. No México, Tostão anotou 2 gols - ambos na vitória brasileira sobre o Peru por 4x2, nas quartas-de-final - e foi um dos pilares do time que encantou o mundo. Ao lado dele estavam outros dois cruzeirenses: Piazza e Fontana.


Wilson Piazza foi zagueiro do Cruzeiro, um dos maiores ídolos do clube com 566 partidas disputadas - o 4° jogador que mais vestiu a camisa azul. A sua eficiência na marcação e a sua visão de jogo lhe renderam diversas convocações para a Seleção Nacional, e duas chamadas para a Copa: 1970, no México, e 1974, na Alemanha. Campeão em 1970, Piazza foi reconhecidamente um jogador de liderança tanto no Cruzeiro quanto na Seleção, onde costumava atuar como volante.


O zagueiro Fontana já era uma estrela do futebol brasileiro antes de vir para o Cruzeiro. Antes, ele fez carreira no Vasco, onde foi um dos maiores zagueiros da história do clube carioca. Mas foi pelo Cruzeiro que ele foi convocado para a Copa do Mundo de 1970, onde foi campeão - atuou como titular no duelo contra a Romênia, ainda na primeira fase. Pelo Cruzeiro, Fontana fez 161 jogos e foi campeão mineiro em 1969 e em 1972.


O lateral-direito Nelinho, famoso pelos seus potentes chutes em cobranças de falta, é mais um que engrossa a nossa lista. Ele foi jogador do Cruzeiro nos anos 1970, e além de outros títulos, conquistou a Copa Libertadores de 1976. Nelinho foi convocado para as Copas de 1974, na Alemanha, e de 1978, na Argentina.


Em 1978, Nelinho marcou 2 gols contra Polônia e Itália, respectivamente. O gol contra a Azzurra é bem famoso e roda o mundo em tempos de Copa: no lance, ele entra pela direita da área e chuta cruzado, a bola faz uma curva enganando o goleiro Dino Zoff e entra no ângulo direito alto desafiando a Física. Esse jogo foi válido pela disputa do 3° lugar, e o Brasil venceu por 2x1.


Apesar de ser mais conhecido pelas Copas de 1998, na França, e de 2002, na Coreia/Japão, Ronaldo conheceu a Copa do Mundo enquanto vestia a camisa do Cruzeiro. Isso ocorreu em 1994, na edição realizada nos Estados Unidos, onde o Brasil sagrou-se tetracampeão.


O garoto Ronaldinho, de apenas 17 anos, não entrou em campo naquela edição, mas tal experiência o ajudou na disputa de outras três edições do torneio: o Brasil chegou à final em 1998 (perdeu para os franceses) e em 2002, quando foi pentacampeão tendo Ronaldo como grande destaque da conquista. O Fenômeno ainda participou da edição de 2006, na Alemanha, quando o Brasil foi eliminado pela França nas quartas-de-final.


Outro atleta convocado para a Copa enquanto era jogador do Cruzeiro foi o goleiro Dida, que fez parte do elenco brasileiro vice-campeão na França, em 1998. Dida foi um dos maiores goleiros da história do Cruzeiro - para alguns, ele é o maior -, foi campeão da Copa do Brasil em 1996, da Taça Libertadores de 1997 e várias vezes campeão estadual.


Na Copa de 1998, Dida foi o terceiro goleiro da Seleção e acabou não atuando em nenhuma partida. No entanto, a vivência foi de suma importância para ele, que acabou indo às Copas seguintes, quando já atuava na Europa: 2002, na Coreia/Japão (Brasil campeão), e 2006, na Alemanha, quando ele foi o goleiro titular da Seleção.


Um jogador cruzeirense que foi chamado para a Copa, mas que quase ninguém se lembra é Edílson, o Capetinha, que tem a imagem muito ligada ao Corinthians, onde é ídolo. O polêmico artilheiro teve uma curta passagem pelo Cruzeiro no primeiro semestre de 2002.


Ele foi anunciado no dia 2 de janeiro, aniversário do clube e data onde tradicionalmente os dirigentes celestes gostavam de “presentear” a torcida. Edílson atuou em 16 partidas e marcou 11 gols, tendo sido campeão da Copa Sul-Minas de 2002 - aquela mesma em que o Sorín fez o gol do título, lembra? -, e acabou sendo chamado pelo técnico Felipão para se juntar ao grupo dos convocados da Copa, na Coreia/Japão. Na Ásia ele foi reserva, entrou no final de algumas partidas, mas não marcou gols. Valorizado pelo título de pentacampeão com a Seleção, Edílson não retornou ao Cruzeiro após a Copa.


O último atleta brasileiro convocado para a Copa enquanto atuava no Cruzeiro foi o lateral-esquerdo Gilberto, contratado pelo clube em 2009, e que atuou por aqui até 2011. Gilberto já havia disputado a Copa de 2006, quando atuava pelo Hertha Berlim (Alemanha), e foi convocado pelo técnico Dunga para fazer parte do grupo na Copa de 2010, na África do Sul. Ele também foi reserva e não atuou em nenhuma partida.


Seleções estrangeiras:


A ligação do Cruzeiro com a Copa do Mundo não se restringe apenas à Seleção Brasileira. Alguns atletas estrangeiros também fazem parte dessa lista. Entre eles, o zagueiro argentino Roberto Perfumo, que foi chamado para a disputa da Copa de 1974, na Alemanha. Titular absoluto naquela Copa, Perfumo é considerado um dos maiores zagueiros da história do Cruzeiro, do River Plate e da sua seleção. El Mariscal atuou pelo Cruzeiro entre 1971 e 1974, e venceu três estaduais.


Outro grande nome argentino que foi para a Copa vestindo a camisa do Cruzeiro é o nosso grande ídolo Juan Pablo Sorín. A primeira passagem de Sorín pela Toca da Raposa foi entre 2000 e 2002, e ele era o principal nome da Argentina na lateral-esquerda naquele momento, em uma seleção que contava com ídolos como Crespo e Batistuta. Convocado para a Copa, Sorín foi titular na Coreia/Japão. A Argentina entrou como favorita, mas acabou protagonizando um fiasco ao ser eliminada ainda na primeira fase no grupo que também tinha Suécia, Inglaterra e Nigéria.


Em 2018, tivemos o último convocado para a Copa do Mundo vestindo a camisa do Cruzeiro, o uruguaio Giorgian De Arrascaeta, que foi chamado pelo técnico Óscar Tabárez para a Copa realizada na Rússia. Ele não foi titular, mas entrou em algumas partidas. Pelo Cruzeiro, Arrascaeta foi bicampeão da Copa do Brasil em 2017 e 2018.


Bônus


Você sabe quem foi o primeiro jogador cruzeirense a ser chamado para a Seleção Brasileira contando tudo: Copa do Mundo, amistoso, excursão?


Ele mesmo, Niginho ‘O Tanque’, maior ídolo dos tempos de Palestra Itália, artilheiro nato, dirigente e técnico do time por alguns anos. Niginho foi um dos convocados pelo Brasil para a disputa do Campeonato Sul-americano (atual Copa América) de 1937, realizado na Argentina. Na Copa do Mundo de 1938, na França, Niginho também foi convocado, mas nessa ocasião ele já era atleta do Vasco da Gama.

Outra curiosidade é que a Toca da Raposa, inaugurada em 1973 e primeiro centro de treinamento de clubes do Brasil, também tem papel importante na história da Seleção e da Copa. Foi ali que a Seleção Brasileira se preparou para as Copas do Mundo de 1982 e 1986.



Um abraço aos amigos do DebateZeiros!


Por: Ezequiel Silva - @ezequielssilva89

Edição: Renata Batista - @Re_Battista

Fontes: livros De Palestra a Cruzeiro e Futebol no Embalo da Nostalgia; site Imortais do Futebol.




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