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  • Foto do escritorWalace Alves

ADEMG INFORMA: SUBSTITUIÇÃO NO CRUZEIRO - ❌ SAI MANO MENEZES, ✅ ENTRA ROGÉRIO CENI

Após a derrota, em casa, para o Internacional, pela semifinal da Copa do Brasil, o Cruzeiro e o técnico Mano Menezes colocaram fim a parceria que já durava três anos e surpreenderam um total de zero pessoas. O sinal de que isto aconteceria em breve já estava claro, seja pela sequência negativa do clube no Campeonato Brasileiro, seja pela eliminação da Copa Libertadores ou pelo péssimo rendimento que o time apresentava em campo na temporada.

Mano Menezes deixa o comando do clube celeste e Rogério Ceni assumi até o fim de 2020.

Todos que me acompanham sabem a visão que tenho sobre futebol e o quanto este pensamento é bastante diferente do “jeito” Mano Menezes de jogar. Para mim, times grandes como o Cruzeiro, devem se portar de forma ativa durante uma partida, devem tomar a iniciativa do jogo, pressionar seus adversários e só, eventualmente, tomar uma postura reativa em função das variáveis que o jogo oferece. Na sua história como treinador, Mano sempre montou seus times pensando só no resultado, nunca foi ousado ou corajoso pra arriscar jogar futebol de outra forma. Confesso que eu até entendo esta postura, já que no futebol brasileiro, treinador que não entrega resultado a curto prazo é demitido, mas isto não se justifica, a médio e longo prazos em grandes times com história de bom futebol.

O Cruzeiro de 1966: imbatível. Em pé: Zé Carlos, Neco, Darci, Pedro Paulo, Procópio e Raul. Agachados: Natal, Evaldo, Tostão, Dirceu Lopes e Rodrigues. Foto: Revista do Esporte.


Durante toda a minha vida sempre viajei muito pelo país afora e quando me identificava como mineiro, as pessoas diziam ser simpáticas ao Cruzeiro principalmente, pelos times e o jeito característico de jogar. Na história do clube, times clássicos foram montados com uma filosofia própria de jogar futebol, quase todas estas pessoas tinham na memória grandes jogos do Cruzeiro contra seus times do coração. Partidas eletrizantes e bem jogadas, com diversas chances criadas pelos dois times, enfim um grande espetáculo. Isto parece bobagem ou romantismo, mas conta muito no imaginário das pessoas e na simpatia por um segundo time. Não preciso dizer que este cenário era bem diferente nos últimos anos e a maneira enfadonha e burocrática do time jogar não agradava nem mesmo uma grande parte da torcida. Mas acabou e a substituição aconteceu...


Muito se fala sobre quanto o que vem acontecendo na administração do clube influenciou o time dentro de campo. Tenho uma visão cética e relativa quanto a isto. Claro que qualquer instabilidade no clube influencia negativamente o time. Mas não podemos superestimar este alcance. É difícil imaginar que os fatos geradores desta crise não eram de conhecimento dos jogadores, dos seus procuradores e como não são fatos recentes, ou seja, conselheiros remunerados, negociações com agentes não credenciados, garantias irreais, entre outras coisas não aconteceram só agora, vem de outros tempos e nada disto causou qualquer interferência no time bicampeão da Copa do Brasil. Então podemos afirmar que a publicidade e não os fatos em si, é que causaram perda de performance dos jogadores? Me parece pouco plausível acreditar no tamanho deste poder exclusivamente. Para mim, o que está envolvido neste lamentável episódio e que contribuiu para o terrível momento do time é a perda de privilégios de alguns, atrasos salariais, uso de alguns jogadores pra negar o óbvio e outras coisitas mais...


E pelo visto uma desejada postura de grandeza dos poderosos do clube, seja na situação, seja na oposição que poderia beneficiar e gerar algum aprendizado com esta crise, não vai acontecer, já que ambas as partes não se preocupam com mais nada além do poder, pura e simplesmente. Pena!


Voltando ao futebol, propriamente dito, vem aí o Rogério Ceni. Não seria a minha primeira opção para este momento, mas é uma aposta interessante, principalmente, se o clube tiver pensando a longo prazo e o respaldar o trabalho neste ano. O Cruzeiro tem um elenco experimentado e capaz por um lado, mas que, como o próprio Ceni disse, pode não gostar tanto de algumas mudanças que ele pretende fazer, neste momento o apoio dos dirigentes vai ser fundamental para o sucesso do trabalho. Se os resultados aparecerem a rapidamente tudo será facilitado, caso contrário as cobranças sobre a aposta em um treinador em começo de carreira vão se intensificar, especialmente porque parte da mídia não engoliu a negativa dele para o time do Alt-MG e jogadores também podem aproveitar esta instabilidade pra testar o treinador. Não é fácil lidar com estas estrelas e Rogério ainda não tem o lastro que o Mano tem.


Vamos aos fatos: pelos primeiros sinais públicos, Ceni está no caminho certo, fala da história do clube, do prazer e da honra de fazer parte da instituição, em resgatar a tradição de bom futebol do Cruzeiro agregando conceitos e valores de posse de bola e ataque. Também foi muito legal e inteligente não desmerecer seu antecessor. Agora nos resta aguardar e ver os primeiros movimentos do time no campo, o quanto os jogadores absorvem da nova filosofia e o quanto estão dispostos a implementa-la.

O habilidoso e veloz Dirceu Lopes

Desejo ao novo treinador muita sorte e conquistas! Que consiga nos brindar com a volta de um futebol bem jogado e que desperte a vontade e a ansiedade de assistir novamente a grandes espetáculos digno da brilhante história celeste!


Saudações celestes!

Por: Walace Alves - @Blog_Tendencias Edição: Renata Batista - @Re_Battista

Imagens originais: Washington Alves (Mano Menezes), Vinnicius Silva (Rogério Ceni)

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