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Foto do escritorGiane Alves

A torcida diz: CHEGA!

“Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão...”


Denúncias de corrupção.

Ameaças.

Negociações obscuras.


Nunca antes o verso cantado por Bezerra da Silva pareceu fazer tanto sentido na história do Cruzeiro. E, que me perdoe o mestre Bezerra, que pena que faz.


Dia após dia a torcida cruzeirense tem sido açoitada com o noticiário negativo sobre o clube. Acostumada a ver o azul celeste estampar, de forma vitoriosa, as páginas esportivas dos jornais Brasil afora, a nação cruzeirense assiste hoje, inconformada, a atual direção macular o manto estrelado, reduzindo o Cruzeiro a escândalos sucessivos.


A gota d’água fez o copo transbordar no último domingo. Após mais uma atuação vexatória da equipe, que resultou na goleada sofrida para o Grêmio, o técnico Rogério Ceni resolveu escancarar a realidade. O respaldo exigido pelo treinador para se manter a frente do clube, expôs os problemas outrora escondidos dentro dos muros da Toca da Raposa 2. Soma-se a isso a postura descompromissada de alguns atletas em campo, o choro do capitão Henrique ao final do jogo, e o enredo da crise parece não ter fim.


O desejo pela mudança bate no peito azul e branco. Forte. Destemido. Urgente.

A torcida do Cruzeiro exige mudanças na diretoria do clube celeste. Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

E a situação não é de hoje! A gestão anterior, do então presidente Gilvan Tavares e seu fiel parceiro Bruno Vicintin, deu início ao caos no Cruzeiro. Contratações equivocadas, contratos mal feitos, compromissos financeiros não quitados, sucateamento da base, são apenas algumas das atitudes que demonstram total inaptidão e descompromisso destes dirigentes com o clube. Inclusive, cabe lembrar que a atual diretoria foi eleita com apoio de Gilvan e seus aliados.


E então vieram Wagner Pires, Itair Machado e sua trupe, e agiram como fogo na gasolina. Denúncias constantes de falcatruas, contratações questionáveis com valores exorbitantes, “patrocínio” de torcidas, distribuição desenfreada de ingressos gratuitos, salários incompatíveis, remuneração de conselheiros, parcerias obscuras com empresários, etc. Rapidamente a atual gestão minou a confiança da torcida, e o clamor popular é pelo afastamento da diretoria.


Outro grupo que tem sido alvo constante da insatisfação cruzeirense é o de conselheiros do clube. Uma parcela considerável dessa turma tem reiterado, sistematicamente, o apoio a direção atual. Inclusive, pediram na justiça o retorno de Itair Machado, quando este foi forçado, por vias legais, a não exercer função deliberativa no Cruzeiro.


E é claro que os jogadores não ficariam de fora dessa onda de insatisfação celeste. Já durante o jogo contra o Grêmio foi possível ouvir vaias direcionadas aos chamados “medalhões” do clube, dentre eles Thiago Neves, Edilson e Robinho. Inclusive, a principal torcida organizada da Raposa tem promovido uma campanha de “caça” aos baladeiros, disponibilizando um telefone para denúncia, caso algum atleta seja visto nas noitadas de BH.


O único que ainda tem se salvado do furacão que ameaça devastar as terras cruzeirenses é o técnico Rogério Ceni. Visivelmente incomodado com a postura de alguns atletas, Rogério prometeu promover mudanças drásticas, inclusive com afastamento de jogadores para recuperação de condicionamento físico. Nas redes sociais é possível perceber que a torcida deu seu aval para as modificações que Ceni julgar necessárias, garantindo apoio total às decisões tomadas pelo treinador.


CHEGA!

Esse é o grito que ecoa no universo celeste. O torcedor não aceita que o clube que ama seja tratado dessa maneira. Nossa história não merece, dentre suas páginas heroicas e imortais, um capítulo tão medíocre. Devolvam o nosso Cruzeiro!



Por: Giane Alves - @gianeaalves Edição: Renata Batista - @Re_Battista



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