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O Futebol Brasileiro e a Falácia dos Profissionais!

Um lugar comum nas entrevistas de pessoas envolvidas com o futebol, seja técnicos, jogadores, médicos, jornalistas ou diretores, é que no futebol de hoje não tem lugar para amador, todos têm que ser profissionais! Pois bem, tenho procurado com uma boa vontade enorme acreditar nestas palavras e entender o reflexo delas em alguma coisa que podemos, realmente, chamar de profissionalismo, mas confesso que não consigo encontrar um grande número de exemplos férteis!

Uma das importantes características de um profissional é aprender quais as estratégias foram acertadas para poder repeti-las e assim aumentar suas margens de acertos. Vou falar aqui de algumas situações que mostram justamente o contrário. Comecemos com o bicampeonato brasileiro de 2013/14. Fantástico! Mas qual o legado desta grande conquista para o clube? Parece que nenhum, já que em 2015/16 o time lutou apenas pra se livrar do rebaixamento. Da formação do elenco, passando pela filosofia de jogo e chegando até a negociação de patrocínio, nada foi positivo para o clube nestes últimos anos. Se alguém aprendeu alguma coisa, foi embora e levou consigo todo este conhecimento.

Outra situação que nos mostra o amadorismo celeste: o uso de um time inteiro de reservas no jogo do campeonato brasileiro contra a Ponte Preta, com a desculpa de desgaste dos titulares. Ouvi, vi e li muito a respeito e tenho uma opinião diferente de muita gente da imprensa e da torcida: não gosto do uso de time misto, acho que não tem um mínimo de entrosamento, de jogo coletivo. É uma desculpa pronta para os nossos treinadores em caso de um mau resultado.

Entendo que um clube como o Cruzeiro, cheio de profissionais, com um grande elenco, tem condições de fazer um uso confiável e racional dos seus jogadores. E assim sendo, usar um time reserva poderia ser a melhor opção pra se ter entrosamento e manter um padrão de jogo, num calendário tão apertado onde se tem pouco tempo para treinar. Isto não quer dizer que concordo com a atitude do técnico de poupar os titulares neste jogo específico. Até porque já faz um bom tempo que os "profissionais" dos clubes brasileiros sabem quantos jogos o time vai fazer na temporada e mais, sabem as datas destes jogos incluindo os torneios mata-mata, mesmo sabendo que nestas competições o avanço de cada time não é certo, é possível se fazer uma projeção.

Créditos de Imagem: Vinicius Pereira - FolhaPress

Com base nisto os "profissionais" do departamento médico e os "profissionais" da comissão técnica preveem e monitoram o desgaste do elenco e os "profissionais" do departamento de futebol planejam viagens, treinos, deslocamentos, recuperação e descanso durante uma temporada inteira, certo? É aí que surgem algumas dúvidas: pensando no ano, será que era necessário usar o time titular em vários jogos do campeonato mineiro e da copa do Brasil? Será que isto não contribuiu para o aumento do desgaste físico dos jogadores? Claro que surgem imprevistos, contusões, cartões e negócios com jogadores, mas convenhamos, esta história de caixinha de surpresas não pode mais ser usada.

Não vou me alongar mais, só termino dizendo que profissionalismo não se mede com belas palavras e sim com boas ações, prática e medidas que possam elevar ou manter elevados padrões de qualidade!

Saudações celestes!

Por: Walace Alves - @Blog_Tendencias

OBS: FALÁCIA: O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. Designa-se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro[1]. Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.

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