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  • Foto do escritorJoão Chiabi Duarte

Cruzeiro 2x0 Santos: Rogério Ceni nos devolve a Esperança

Obrigado Mano Menezes, um lorde até na saída – Antes que a bola rolasse para esta partida contra o Santos é preciso se dizer que devemos reverência, respeito e gratidão a Mano Menezes pelas conquistas, alegrias e pela convivência respeitosa que teve com o clube e com a nossa torcida nestes três anos desta segunda passagem dele pelo clube.


Seu nome já está marcado na história do clube, pelos quatro títulos conquistados (duas Copas do Brasil em cima de Flamengo e Corinthians, além de dois títulos Mineiros em cima do time de Vespasiano). Não bastasse isto, ainda nos tirou de duas situações complexas de possibilidade de rebaixamento em 2015 e 2016.


Porém, o fato do Cruzeiro ter ficado oito jogos sem fazer um mísero gol, além de ter ficado onze partidas sem vencer no Campeonato Brasileiro, indicaram que era necessária a mudança, fato que foi reconhecido pelo próprio treinador que saiu pela porta da frente, levando consigo todo o nosso respeito.


Creio que o principal problema nesta reta final de seca de vitórias com Mano Menezes sempre residiu na escolha dos dois volantes do seu sistema tático. A combinação Henrique e Ariel Cabral só conseguia funcionar bem com linha de marcação alta, porém, isto era um desafio para a compactação defensiva dos times de Mano Menezes, porque ambos são jogadores que trabalham com transição lenta e teriam dificuldades de recomposição e de cobertura de avanço dos laterais.


Para resolver isto, Mano procurava marcar dentro do nosso campo de jogo compactando o time em 30 metros, da entrada da nossa área até antes do nosso meio-campo. Aí, além de todas estas coisas, com Fred, Robinho e Thiago Neves em campo, a coisa estourava no Pedro Rocha, que era a rigor a única opção de velocidade.


O time cruzeirense passara a ser bastante previsível, facilmente marcado e disto resultaram a sequência ruim, a partir do instante que os adversários começaram a ser mais fortes. Mano Menezes não quis abrir mão de seus conceitos e os resultados ruins se sucederam, esta foi a minha visão dos fatos de 2019, concordam?


Alegria de volta ao Mineirão: Cruzeiro 2 x 0 Santos – Quando eu vi a escalação do Cruzeiro por volta das 15 h, entendi que Rogério Ceni tinha sido extremamente coerente com os sinais que deixara das entrevistas da semana. O time colocado em campo era mais rápido, trazia Fabrício Bruno ao lado do Dedé na zaga, Dodô na função de segundo volante ao lado de Henrique, além de três opções de velocidade na frente com Marquinhos Gabriel na direita, Pedro Rocha no centro e David na esquerda, recuando Thiago Neves para fazer a ligação atrás destes três jogadores de frente, configurando inteligência na marcação, na armação e velocidade em todos os setores, além de criar uma condição de suporte a Egídio na marcação pelo lado esquerdo. Gostei muito.


Porém, o sistema não pode nem ser testado verdadeiramente, porque logo de cara, David meteu Pedro Rocha na cara do gol e o beque santista Gustavo Henrique fez falta por trás, quando ele tinha amplas condições de marcar. O bombadão Anderson Daronco fez sinal para a jogada seguir, dizendo que Pedro Rocha havia “cavado” a falta, mas, felizmente foi chamado a revisar o lance pelo VAR e não teve outra atitude senão expulsar o beque santista e dar a falta a favor do Cruzeiro na entrada da área.


Com a vantagem numérica, o Cruzeiro manteve a pressão no Santos, que era obrigado a devolver a bola para o Cruzeiro. Sampaoli tirou o volante Evandro (aquele mesmo que passou aqui pelo Atlético-MG) e colocou Pará no lugar dele tentando armar a defesa com um zagueiro e dois laterais (Pará e Jorge). Rogério Ceni mandou Fred aquecer e o colocou em campo no posto de Egídio, mudando o nosso sistema para um 4-1-4-1, sendo a linha de defesa, com Henrique à frente, depois outra linha de 4 com Marquinhos Gabriel, Pedro Rocha, Thiago Neves e David, com Fred na referência.


O interessante foi ver a clara orientação para que Thiago Neves voltasse até o meio e iniciasse os passes de qualidade, aparecendo na frente sempre livre de marcação, pois, Diego Pituca não se sentia confortável de ir combater lá no meio. E o Cruzeiro foi obrigando o Santos a se encolher e ao goleiro santista a fazer grandes defesas.


Mas, como diz o ditado, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura e num lance rápido, Thiago Neves serviu a Fred que girou sobre os beques e meteu lá dentro.


Fim do jejum de 16 jogos de Fred sem marcar gols, uma coisa inédita e absurda tendo em vista o faro de goleador e a capacidade inata de conclusão que tem o nosso centroavante.


O Cruzeiro dos tempos de Mano com a vantagem numérica e de placar seguramente voltaria especulando, marcando atrás da linha de meio e não saberia explorar as vantagens que tinha. Rogério Ceni mandou o time para cima do Santos e de cara, numa jogada que se iniciou com um passe de Fabrício Bruno para Pedro Rocha nas costas da primeira linha do Santos, este passou a Fred que deu a assistência perfeita para o chutaço de Thiago Neves, marcando um gol muito bonito.

Thiago Neves comemora o gol marcado na partida. Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro


O Cruzeiro continuou em cima e Sampaoli viu que era melhor reforçar a defesa e colocou em campo Alisson no lugar de Sanchez e o zagueiro Luiz Felipe para recompor a defesa no lugar de Pará.


E este diapasão não mudou. O Cruzeiro não abdicou de buscar o terceiro gol e só não o fez porque nossos atacantes perderam chances claríssimas de gol. Estivessem eles num dia inspirado e o Cruzeiro poderia ter feito a maior goleada da história deste clássico.


Combinado com a inesperada derrota do Fluminense para o CSA (nosso próximo adversário) em pleno Maracanã, o Cruzeiro ultrapassou o tricolor carioca e já na estreia de Rogério Ceni, deixou a zona de rebaixamento.


É tempo de pensar jogo a jogo, buscando os resultados ponto a ponto, mas, o grande público que foi ao Mineirão saiu de campo com as esperanças renovadas. O Cruzeiro voltará a praticar um futebol de qualidade, de mais intensidade, velocidade, nas mãos de Rogério Ceni, que desta forma nos devolve a esperança de ir a Porto Alegre e dar trabalho ao Internacional no jogo de volta da Copa do Brasil.

Antes disto teremos as batalhas contra CSA (F) e Vasco de Luxa (Mineirão) para buscar nos distanciarmos da parte de baixo da tabela.


Em todos os espaços de cruzeirenses era nítida a impressão que finalmente o Cruzeiro poderá melhorar a qualidade de jogo, a intensidade, a inteligência e a criatividade conferindo ao time mais poderio ofensivo, sem perder a boa característica defensiva que é o legado de Mano Menezes para a nossa história.


Os lances mais relevantes da partida:


  • 2’ – Henrique passa a David na esquerda. Ele se desvencilha de 2 marcadores e lança Pedro Rocha que ganha na velocidade de Gustavo Henrique e recebe a falta por trás na entrada da grande área santista. Anderson Daronco nada marca, mas, é chamado pelo VAR, revê o lance e aplica a pena recomendável. Falta para o Cruzeiro e expulsão do zagueiro do Santos. Thiago Neves cobra e a bola desvia na barreira e vai a córner.

  • 14’ – David faz uma carnaval pela esquerda e serve a Pedro Rocha livre dentro da área, ele mata mal a bola, a defesa tira parcialmente, Dodô apara o rebote e senta a canhota num chutaço que o goleiro santista Éderson espalma a córner, com defesa salvadora.

  • 17’ – Combinação linda pelo lado esquerdo de ataque com Dodô, David, Thiago Neves e Henrique participando da jogada, que sobra para o chutaço de Thiago Neves que o goleiro desvia e a bola raspa a trave e vai para fora.

  • 18’ – Orejuela avança pela direita e rola para Thiago Neves que traz para a esquerda e chuta com força, mas, a bola sobe e vai para fora.

  • 22’ – A bola é lançada para Pedro Rocha que entra na área sente a encostada de Pará, se desequilibra e cai, mas, Daronco em cima do lance manda seguir.

  • 23’ – Fred entra no lugar de Egídio

  • 28’ – Mais uma boa chegada de Thiago Neves que está recebendo as bolas atrás da primeira linha de marcação do Santos e podendo concluir a gol. Outra vez a bola desviada pelo goleiro santista explode na trave.

  • 40’ – Pará vacila no meio-campo, David lhe bate a carteira e passa a bola para Pedro Rocha. Ele caminha tendo Thiago Neves à sua direita e apenas um beque do Santos entre ele, mas, se atrapalha e erra o passe perdendo chance incrível.

  • 43’ – GOL DO CRUZEIRO – Cruzeiro 1 x 0 Santos - Marquinhos Gabriel recebe na direita, traz para dentro e acha Thiago Neves que, de primeira, deixa Fred em condições de concluir, ele gira e solta a direita, cruzado, vencendo a Éderson, fazendo o gol, terminando o jejum, tirando um peso das costas que era absurdo e comemora demais. Que gol importante.

  • 45 + 4’ – DEFEZAÇA DE FÁBIO – O baixinho Soteldo vai comendo um por um, passa como quer por Henrique que abdica do direito de fazer a falta no meio, Thiago Neves não vacila e aterra o santista. Falta e amarelo para ele. Na cobrança Sanchez chuta forte e no cantinho, Fábio voa e espalma para corner, numa defesa fundamental, pois, um gol àquela altura nos complicaria muito.

  • FIM DO PRIMEIRO TEMPO AOS 45 + 6’ (efeito da longa consulta ao VAR)

  • 46’ – GOL DO CRUZEIRO – Cruzeiro 2 x 0 SANTOS _ Fabrício Bruno faz uma ligação direta para Pedro Rocha, que passa a Fred dentro da área, o centroavante mela para o chute colocado de Thiago Neves que é preciso, na bochecha da rede e faz o gol do desafogo.

  • 48’ – QUE CHANCE - Orejuela combina com Pedro Rocha que passa por Jorge e Cruza para David dentro da área. Ele pega de chapa na bola que raspa a trave e vai para fora.

  • 69’ – INACREDITÁVEL FUTEBOL CLUBE – Marquinhos Gabriel avança pela direita combina com Orejuela e cruza para Fred que desvia a bola que sobra limpa para Pedro Rocha sem goleiro. Ele pega na orelha da bola que sobre e cobre o arco santista.

  • 78’ – Soteldo cobra falta Lucas Veríssimo sobe e cabeceia para fora, por cima do gol de Fábio.

  • 82’ – OUTRA CHANCE INCRÍVEL – Marquinhos Gabriel escapa livre pela esquerda, recebe a bola e toca de trivela, a bola bate no goleiro, a defesa santista tenta aliviar, mas, Fred se joga na bola e coloca de volta na direção do gol. Jorge salva milagrosamente e sai jogando,

  • 90 + 1’ – Thiago Neves dá um lindo túnel em Alisson, rola para Pedro Rocha que chuta forte, mas, a bola vai fora.

  • 90 + 3’ – FIM DE JOGO – CRUZEIRO 2 X 0 SANTOS

Rogério Ceni apreciando a Nação Azul... Foto: Agência i7

A SÚMULA DA PARTIDA: CRUZEIRO 2 X 0 SANTOS


Motivo: 15ª rodada do Campeonato Brasileiro

Local, data, hora: Mineirão/Belo Horizonte, 18/08/2019 - 16h

Arbitragem: Anderson Daronco + Rafael da Silva Alves e Elio Nepomuceno de Andrade Júnior (RS) – sem interferência no resultado final

VAR: Caio Max Augusto Vieira (RN), com atuação precisa e relevante no inicio do jogo.

Público Pagante: 36.975 torcedores +++ Presentes: 43.604 pessoas

Renda: R$ 629.491,00 – ticket médio = R$ 17,02 = US$ 4.26

CRUZEIRO: Fábio, Orejuela, Dedé (Cacá), Fabrício Bruno e Egídio (Fred); Henrique e Dodô; Marquinhos Gabriel, Thiago Neves e David (Robinho); Pedro Rocha.

DT: Rogério Ceni (estreia no comando do Cruzeiro)


SANTOS: Everson, Evandro (Pará e depois Luiz Felipe), Gustavo Henrique, Lucas Veríssimo e Jorge; Diego Pituca, Carlos Sanchez (Alisson) e Felipe Jonathan; Derliz Ortiz, Eduardo Sasha e Soteldo.

DT: Jorge Sampaoli


AS ESTATÍSTICAS DA PARTIDA = CRUZEIRO 2 X 0 SANTOS


  • Chutes a gol: Cruzeiro 21 x 3 Santos

  • Chutes no gol: Cruzeiro 10 x 2 Santos

  • Posse de Bola: Cruzeiro 67% x 33% Santos

  • Cartões Amarelos: Cruzeiro 2 x 1 Santos

  • Cartões Vermelhos: Cruzeiro 0 x 1 Santos

  • Passes Trocados: Cruzeiro 575 x 296 Santos

  • Precisão nos passes: Cruzeiro 92% x 84% Santos

  • Faltas: Cruzeiro 16 x 07 Santos

  • Escanteios: Cruzeiro 8 x 4 Santos

  • Impedimentos: Cruzeiro 1 x 1 Santos


As homenagens desta coluna hoje vão para a torcida cruzeirense radicada no Espírito Santo hoje representada por: Emilene Silva, Marlon Marcelo Fonseca, João de Castro Coura, Cláudio Guimarães, Gil Campos, Isaac Mirai, Márcio Yguer, José Coutinho da |Silva, Humberto Barros, Gabriel Barros, José Côrtes, Nilson Eustáquio Souza, André Luiz da Silva Fonseca, Eder Lana de Oliveira e um alô especial para os CapixabaZeiros aqui representados por Livia Lemos, Thabata Simões, Ronny Nascimento e Fabim Buquel.


E de Conceição do Mato Dentro e Região: Adão de Oliveira Costa Filho, Antônio Cláudio de Rezende, Anacleto Martini Ribeiro, Antônio Lúcio Carneiro Motta, Ana Cristina Duarte Costa, Antônio Lúcio Carvalho Ferreira, Antônio Costa Ferreira Filho, Rúbia Santa Bárbara, Gilson Vertelo, Cristiano Simões e Renatinha Cunha. E para comandar esta seleção convoco Lucas Galdino, um baita cruzeirense.


Cruzeiro, Cruzeiro Querido...Tão Combatido, Jamais Vencido Por: João Chiabi Duarte - @JoaoChiabDuarte

Edição: Renata Batista - @Re_Battista

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