Cruzeiro 3x1 Fluminense: Time de segundo tempo.
Diante de um público pequeno, reflexo do clima de férias mostrado nos últimos jogos, o Cruzeiro foi à campo na noite de ontem e venceu o Fluminense por 3x1. Mano Menezes, sem mistérios, mandou à campo Fábio; Ezequiel, Manoel, Murilo e Diogo Barbosa; Romero, Lucas Silva, Robinho, Rafinha; Thiago Neves e Rafael Sóbis. O Fluminense iniciou com Diego Cavalieri; Lucas, Henrique, Renato Chaves e Marlon; Marlon Freitas, Wendel, Douglas, Gustavo Scarpa e Marcos Júnior; Pedro.
Thiago Neves, decisivo na partida.
Créditos de Imagem: Washington Alves / Agência Light Press
Mesmo tendo objetivos distintos na competição, Cruzeiro e Fluminense precisavam da vitória e iniciaram a partida buscando os três pontos. Procurando apagar a péssima impressão deixada nos últimos jogos, especialmente contra o Flamengo, o Cruzeiro partiu para ao ataque desde o primeiro lance. Procurando se distanciar do Z4 e se apegando a uma mínima chance de libertadores, o Fluminense foi armado por Abel Braga pronto para surpreender o Cruzeiro nos contra-ataques. Em um 4-1-4-1 no qual apenas o jovem Pedro não voltava para marcar, o Fluminense se defendia com os outros 9 jogadores de linha atrás do meio de campo e saía em velocidade com Marlon, Lucas e Scarpa. A tática de Abel deu certo e, logos aos 7, o Fluminense abriu o placar com Pedro. Após um contra-ataque, Scarpa tentou um chute de fora, mas pegou muito mal na bola. Por sorte, e competência do bem posicionado centroavante, a bola veio nos pés de Pedro, na linha da grande área. Se antecipando à Murilo, o centroavante dominou, pôs à frente e tocou para as redes, sem chances para Fábio.
Apesar do gol sofrido, o time continuou com a mesma postura. Robinho atuava mais recuado, como um segundo volante pelo lado direito. Lucas Silva pela esquerda e Romero pelo meio. Ambos tinham muita liberdade para auxiliar a linha de três mais adiantada, composta por Rafinha, Sóbis e Thiago Neves. E foi em uma dessas subidas dos volantes que o Cruzeiro chegou ao empate. Aos 16, Romero vindo de trás, tocou para Thiago Neves que, com muita inteligência, devolveu para o volante. Da entrada da área o argentino arriscou pro gol e, contando com um leve desvio da defesa, viu a bola encobrir Cavalieri e morrer no fundo das redes. Merecido gol de empate Celeste.
Placar empatado, o jogo continuou franco. O lado direito da defesa do adversário era o lugar a ser explorado. Lucas ia mal na cobertura por ali, mas Lucas Silva e Neves desperdiçavam bons lances ao errar os passes para Rafinha ou Diogo Barbosa, que avançavam pela esquerda. Pela direita, diferente das outras partidas, Ezequiel se mostrava mais solto, apoiando mais e sendo opção para passes. Mas na hora do cruzamento, o lateral se livrava da bola e, na área tínhamos Sóbis e Rafinha que certamente não iriam ganhar um disputa pelo alto.
A boa movimentação no ataque contrastava com o posicionamento da zaga que, mesmo lenta, em vários lances se arriscava a marcar o adversário no meio de campo. Em cobranças de escanteio mal batidas, o Cruzeiro cedeu três contra-ataques ao Fluminense, que desperdiçou as chances após bater facilmente da zaga celeste.
O Segundo tempo iniciou movimentado. Mano Menezes, como sempre, não mexeu no intervalo e o time, seguindo o padrão mostrado em 2017, voltou para campo atacando mais que na primeira etapa. A virada já poderia ter saído no primeiro ataque celeste, no qual desperdiçamos uma ótima chance. O Fluminense, por sua vez, perdeu uma boa chance dois minutos depois com Gustavo Scarpa, chutando para fora. Aos 09, um lance crucial para a partida. O bom lateral Marlon, já amarelado, ia levando um chapéu de Thiago Neves, que puxava o contra-ataque, e “meteu a mão na bola”. O juiz, próximo ao lance, ia ignorando o toque de mão e a falta que “matou um contra-ataque” e não iria dar o cartão amarelo para o jogador. Foi preciso que o juiz de linha de fundo, há cerca de 30 metros do lance, o informasse que foi mão. Como já havia recebido um cartão amarelo, foi expulso. Irritado com a marcação, o time do Fluminense partiu para cima do assistente e a confusão paralisou o jogo. Alheio a isso, o Cruzeiro apenas esperava o final da confusão. Na cobrança da Falta, Thiago Neves mandou no segundo pau. Sem marcação, Diogo Barbosa entrou esperando a falha do goleiro. Na indecisão de Cavalieri, o lateral mandou pras redes, assinalando a virada celeste.
Imediatamente ao gol, Mano chamou Nonoca, dando a entender que colocaria o jovem volante em campo, mas na sequência chamou o garoto Jonata. Enquanto o jovem atacante se preparava para entrar em lugar de Sóbis, que não vive uma boa fase, o próprio camisa 7 perdeu um gol feito: Sóbis recebeu um presentaço do adversário quando o volante Douglas, na intermediária celeste, foi recuar para Cavalieri, mas errou o passe. Sem nenhum jogador adversário no campo de defesa do Fluminense, Sóbis recebeu e partiu sozinho mas, cara a cara com Cavalieri, chutou em cima do goleiro, rendendo muitas vaiais e vários memes nas redes sociais. Na sequência, aos 20, recebeu muitas vaias ao deixar o campo e foi consolado por Mano Menezes, em um longo abraço e certa conversa.
Em superioridade, o Cruzeiro mostrou uma grande inteligência tática. Os pontas abriam mais as jogadas, junto das subidas de ambos laterais, abrindo mais a defesa do Fluminense. Além disso, o time apertava a saída de bola do Fluminense, que, já nervoso com o jogo, recorria ao “chutão pra frente”. Aos 27, após cobrança rápida de lateral por Rafinha na esquerda, Diogo Barbosa recebeu de Lucas Silva na intermediária e tocou rasteiro para a área. O garoto Jonata, com muita inteligência, tocou para Robinho, que estava aberto pela esquerda. O camisa 19 apenas rolou para Thiago Neves que, de primeira, mandou no canto direito de Cavalieri. Terceiro gol e festa na arquibancada.
Assim que sofreu mais um gol, Abel Braga trocou Wendel por Mateus Alessandro, sacando um meia e colocando um ponta. Muito rápido, o jogador até incomodou a defesa celeste, mas a tática arriscada de Abel, gerou mais espaços para os ataques do Cruzeiro, com o garoto Jonata abrindo as jogadas pelas pontas para as entradas de Neves e Robinho pelo meio. Aos 38 saiu Robinho para a entrada de Alisson e, aos 44 Rafinha deu lugar a Messidoro. As alterações não mexerem na estrutura da equipe, mas em um clima de “fatura resolvida” o Cruzeiro ainda deu espaços para o Fluminense em duas boas oportunidades, criadas por Alessandro, mas desperdiçadas. Final de partida: Cruzeiro 3x1 se mantando na 5ª colocação. Agora, 4 pontos à frente do Botafogo, sexto.
Opinião #DebateZeiros: Mano disse em sua coletiva de sexta que testaria opções e aproveitaria jogadores que vêm atuando pouco. Apesar do discurso, não foi o observado na partida. Apesar da mudança tática do time, as mexidas foram as mesmas de sempre e o primeiro tempo bem aquém do segundo.
Os laterais tiveram mais liberdade para atacar. Para isso, Mano posicionou Robinho como um segundo volante, atuando pela direita. Com Romero e Lucas Silva, apesar dos erros de passes do camisa 16. O Cruzeiro teve uma saída de bola bem melhor que nos outros jogos, além de mais qualidade nas jogadas em que os volantes vêm ao ataque. Ainda sim, o treinador poderia ter mudado o 4-3-3 inicial, sacando Sóbis, que não atravessa um bom momento e não mostra condições de reverter essa situação.
Na defesa, a dupla de volantes voltava e fazia a cobertura, mas cometeram vários erros nos contra-ataques conseguidos pelo time de Abel. Já a dupla de zaga, não se mostrou segura. Manoel, em muitos lances, saía da área para marcar como um primeiro volante, dando espaços para as investidas do Fluminense. Em uma noite não muito feliz, Murilo foi batido em todos os lances pelo chão, mas no alto, quando acionado, conseguiu cortar..
Tônica do time de Mano Menezes, a postura mais “aguerrida” e “com vontade de fazer gols” mostrada no segundo tempo foi determinante para a vitória e não somente a expulsão, como reclama o Fluminense. O garoto Jonata mostrou personalidade, calma e muita visão de jogo no terceiro gol. Já as entradas de Alisson, mais do mesmo, e Messidoro não se explicaram. #AvanteCruzeiro
Por: Helton Santos - @HeltonSantos85
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