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  • Foto do escritorEzequiel Silva

A inspiração que vem dos lusitanos

Abro este texto pedindo desculpas àqueles que pensam que este é um espaço exclusivo para se escrever sobre o Cruzeiro Esporte Clube. Bem que eu gostaria, mas o meu interesse pelo mundo alternativo do futebol revela as suas joias, de vez em quando.


Quem viveu os mágicos anos 1990 há de lembrar da temida Portuguesa, aquela do Dener, do Alex Alves e de um caldeirão chamado Canindé. Caldeirão esse que ferveu em uma tarde/noite de dezembro de 1998, para ver a vitória do Cruzeiro por 1x0, pelo derradeiro jogo das semifinais do Brasileirão daquele ano. O Cruzeiro se classificou com o resultado e enfrentou o Corinthians na final.


A Lusa era um adversário perigoso, complicado de ser dobrado. Detentora de dois Torneios Rio-SP, tricampeã paulista e vice-campeã nacional em 1996, era tratada como uma força do futebol brasileiro, até então. O seu declínio na década de 2010 foi surpreendente para quem se acostumou a vê-la no topo.


Surpresa que ficou menos impactante, e mais revoltante, quando descobriu-se os caminhos que levaram o clube ao abismo. Desvios de conduta em diversas gestões - para não dizer outras palavras - resumem o inferno no qual a Portuguesa foi jogada pelas mãos daqueles que receberam a confiança de milhares de torcedores e deveriam cuidar dela. Algo bem familiar, não?


Depois de nove anos de uma queda incessante rumo ao ostracismo - desde o rebaixamento na Série A de 2013 no episódio envolvendo o Fluminense -, o clube paulistano finalmente enxerga uma luz no fim do túnel com o retorno à 1ª divisão estadual no último sábado, 9, depois de empatar em 1x1 com Rio Claro, em um Canindé lotado e colorido em vermelho e verde.

Torcida da Portuguesa. Foto: Reproduçao/Internet


E o que esse renascimento lusitano nos traz de lição?


Em síntese, a sinergia entre time e torcida. A paixão do torcedor de futebol é inexplicável. A maneira como ficamos mais unidos nos momentos adversos e como defendemos o nosso manto com unhas e dentes é imensurável. Ouvir que o seu time está "acabado" tem efeito inverso no coração do verdadeiro torcedor, revelando uma força nunca antes explorada. Assim foi com os rubro verdes paulistanos, e assim tem sido conosco, cruzeirenses.


Essa sinergia leva o torcedor a cobrar atitudes enérgicas contra aqueles que destruíram o clube, seja internamente, exigindo expulsões e afastamentos, seja na esfera policial, buscando a punição dos malfeitores.


Por fim, essa sinergia não deixa que o apoio falte. Mesmo que o time dentro de campo não seja dos melhores (e principalmente, por isso), a torcida é o oxigênio, os músculos e o coração de cada jogador.


Arquibancada e gramado são convertidos em um mesmo espaço. É o que ocorreu nos momentos mais críticos nesses nove anos lá pelos lados do Canindé, e o que vejo acontecer no Mineirão atualmente.

Torcida do Cruzeiro. Foto: Agência i7


Eles deram o primeiro passo de uma longa caminhada rumo ao lugar que lhes é de direito. Nós ainda estamos no caminho, mas com o que a Nação Azul vem realizando, dentro e fora do estádio, o futuro não pode ser outro a não ser o nosso próprio renascimento, muito em breve e ainda mais fortes.


Um abraço aos amigos do DebateZeiros!



Por: Ezequiel Silva - @ezequielssilva89

Edição: Renata Batista - @Re_Battista

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