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Foto do escritorEzequiel Silva

Ufa! Temos goleiros (e muita história)

“Um grande time começa com um grande goleiro”, já contavam os cronistas que vieram muito tempo antes deste que vos escreve. Sabendo disso, e depois de uma breve turbulência com o caso Fábio, o Cruzeiro buscou e acertou duas boas chegadas para a meta: Rafael Cabral e Gabriel Brazão. O primeiro é conhecido pela passagem no Santos FC, onde conquistou uma Copa Libertadores ao lado de Neymar. O segundo foi revelado na própria Toca da Raposa e tem passagens pela Seleção Brasileira de base, e até convocação para a principal, mesmo sem nunca ter jogado pelo time profissional do Cruzeiro.

Foto Rafael Cabral: Bruno Haddad - Foto Gabriel Brazão: Reprodução/Internet


Apesar de ser inevitável, é muito precoce colocar em ambos o peso da sucessão do maior goleiro da história do Cruzeiro, Fábio. Eu diria que é até injusto o caso de uma cobrança excessiva. O ideal é deixar os novatos chegarem, ter calma com ambos e evitar as comparações. O tamanho de um jogador como Fábio para a história do Cruzeiro só é mensurado ao longo dos anos.


O próprio Fábio surgiu para o Cruzeiro em uma época de transição, onde o timaço de 2003 havia sido praticamente desmontado ao longo do ano de 2004, e o jovem talento - que já contava com uma breve passagem pela Toca em 2000 - retornou para assumir a titularidade. Naquele momento, ele carregou o peso de prontamente substituir o confiável Heurelho Gomes, revelado na base celeste e que acabara de cravar seu nome na galeria de maiores arqueiros do time do Barro Preto.


Mais do que isso, os milagres do gigante Dida seguiam vivos na memória da torcida. Era uma missão ingrata para o calouro Fábio que, como todos nós sabemos, terminou sendo bem sucedida, apesar dos altos e baixos vividos no decorrer de longos dezessete anos.


Mesmo Dida, e ainda Paulo César Borges - atleta que veio antes do baiano e que por muitos anos foi a segurança azul embaixo das traves -, conviveram com a sombra eterna de outro grande goleiro cruzeirense: Raul Plassmann, o homem que nunca levou um gol de penalti no Mineirão, e que até a Era Fábio carregava o título de goleiro que mais vezes vestiu o manto estrelado.


O jovem Raul, lá na distante década de 1960, recebeu em suas mãos a difícil missão de suceder o histórico Mussula, e ainda conviver com o peso permanente de salvaguardar as mesmas traves que Geraldo Cantini e Geraldo II. Esses dois últimos, defensores eternos do Palestra Itália/Cruzeiro.


Suceder um goleiro no Cruzeiro nunca foi missão fácil, ainda mais tratando-se de nomes como os citados nesta crônica. Cada bola que ronda a área vem carregada de um peso extra de responsabilidade. É muita história envolvida, craques, heróis e semideuses estiveram ali no mesmo arco defendendo aquilo que é o legado de uma nação. Cada chute rebatido é, acima de tudo, a defesa da alma de uma gente, de um povo apaixonado pelo sentimento em Azul e Branco.


O experiente Rafael Cabral (31 anos) e o jovem Brazão (21) recebem agora a tarefa, com ambos brigando pela titularidade, a princípio. São ótimos goleiros, e em que pese o melhor momento de Rafael ter acontecido há 10 anos, e Brazão não ter se firmado na Europa, estão em plena atividade, têm potencial para crescimento e certamente seriam bons nomes para muitos clubes grandes do futebol brasileiro.


A SAF Cruzeiro vai se acertando com a montagem do elenco. É grande a ansiedade para essa temporada de 2022. Vamos, Cruzeiro!


Um abraço aos amigos do DebateZeiros!




Por: Ezequiel Silva - @ezequielssilva89

Edição: Renata Batista - @Re_Battista

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