Nossa reflexão sobre 2016. Que o próximo ano seja diferente para nós Cruzeirenses.
Oportunidades…
Fim de ano vem chegando e junto com ele chega também aquela fase da vida de reflexão e de projeção do período que nascerá. Tudo que foi realizado no ano que se encerra é relembrado, planos e desejos são formulados para o vindouro. E no futebol não é diferente. Além das tão conhecidas e até odiadas especulações e das voltas de jogadores emprestados a seus clubes, o fim de dezembro traz a retrospectiva e a formulação dos novos planos. O ano de 2016 para nós cruzeirenses foi novamente atípico, o segundo seguido. Um clube acostumado a glórias e a ter esquadrões, não pode se contentar com uma suada vaga na Sul-americana. A torcida projeta e cobra por um 2017 vitorioso, mais digno e para tal fato ocorrer, alguns erros de 2016 devem ser observados com cautela e serem corrigidos.
Segundo um ditado chinês, existem 3 coisas que não dá para se voltar atrás: a flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida. No ano que se encerra pudemos observar e comprovar que realmente a palavra dita e as oportunidades perdidas podem mudar os rumos de um ano.
Essa comprovação se inicia ainda nos fins de 2015, quando Mano abriu mão da sequência de um trabalho por uma oportunidade de fazer dinheiro no futebol chinês. Com a escolha de Mano, a diretoria celeste perdeu várias oportunidades de contar com técnicos mais experientes e escolheu apostar em Deivid, dando a ele seu primeiro emprego como comandante. Resultado: planejamento mal feito para a temporada, contratações de jogadores pouco aproveitados no decorrer do ano, apresentações abaixo da média e eliminação na semifinal do mineiro.
Depois da saída do inexperiente Deivid, mais uma aposta mal sucedida, dessa vez no desconhecido Paulo Bento. O português insistia em jogadores despreparados e desmotivados e fez com que a equipe despencasse pela tabela, até chegar à incômoda penúltima colocação.
Já no meio da temporada a diretoria resolveu não perder mais oportunidades. Contrataram Ábila e Sóbis, que deram mais corpo ao elenco e contribuíram, mesmo que de forma mais tímida que o esperado, com o fim de temporada celeste. E tomaram a tardia decisão de despedir Bento.
Após a saída do teimoso e contestado português, a diretoria novamente abraçou uma oportunidade e trouxe de volta o intitulado “salvador de 2015” ao comando. Mano voltou, e apesar de algumas partidas abaixo do esperado no início, trouxe a solidez defensiva que faltava e os resultados começaram a aparecer. Com o comandante atual a torcida até se permitiu sonhar com o título da Copa do Brasil. Sonho que se desfez numa noite apática da equipe no Mineirão lotado.
Durante toda a temporada algumas declarações também demonstraram o poder da palavra. Podemos citar como exemplo a declaração do atacante Riascos, que ainda trava com o Cruzeiro uma batalha judicial e sente o peso e as consequências de suas palavras. Outro que perdeu a oportunidade de ficar calado foi Benecy Queiroz, assim como o presidente Gilvan que se mostra perdido, após a saída de Alexandre Mattos no longínquo 2014, e ausente perante os compromissos com o clube. O presidente também vem se mostrando confuso em algumas decisões e autoritarista, tirando o poder dos dirigentes de tomar suas decisões.
Enfim, muitos erros foram cometidos e continuam sendo. A falta de um diretor de futebol após o pedido de demissão de Thiago Scuro pode ser um presságio que o 2017 do Cruzeiro pode deixar de ser um recomeço e ser apenas a continuação dos maus resultados obtidos em 2016.
A equipe #Debatezeiros espera que esses erros sirvam para o amadurecimento da diretoria e que seja um ensinamento para os mesmos. E que apesar da falta de um diretor de futebol o planejamento esteja sendo formulado visando as conquistas que a nação celeste almeja. Que a história do Maior de Minas continue sendo escrita com a caneta dourada das glórias. Chega de oportunidades desperdiçadas, chega de palavras mal faladas. Que o ano que se aproxima seja repleto de flechas que serão usadas para alcançar a glória.
Por: Guilherme Melo