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2002 Fenômenooo!!!

  • Foto do escritor: Ezequiel Silva
    Ezequiel Silva
  • 30 de jun. de 2022
  • 4 min de leitura

Parece que foi ontem. Um domingo de junho, tempo de festas, fogueiras e comidas típicas. Mas em 2002 havia algo a mais, era ano de Copa do Mundo, a reunião mais importante para os amantes do futebol. Foi a primeira Copa do Novo Milênio, a primeira na Ásia, a primeira em dois países: Coreia do Sul e Japão.


Depois do vexame em 1998, na final contra a França, e da derrapante campanha nas eliminatórias, o Brasil não era nem cotado como favorito à taça. Outros ocupavam esse espaço: a França, campeã do mundo, campeã europeia e que vivia ótima fase. A Alemanha, com o temido goleiro Oliver Khan, do Bayern de Munique, e o craque Ballack. A Itália, do artilheiro Totti. A Inglaterra, com Owen e Beckham; e a Argentina, com uma de suas melhores gerações: Crespo, Verón, Sorín.


O principal nome do Brasil era Ronaldo Nazário, chamado por todos na época apenas por Ronaldinho. Um jovem reserva no Tetra de 1994, o craque viveu o inferno no período entre o fim da Copa de 98 e o início do ano de 2002. Culpado como vilão na final da Copa, ao sofrer uma convulsão na noite anterior ao jogo diante dos franceses, e convivendo com uma série de lesões, o R9 não era cotado entre os possíveis heróis em 2002.


No começo da temporada europeia de 1999, Ronaldo sofreu uma lesão no joelho direito quando defendia a Internazionale. Ficou parado por cinco meses. Em fevereiro de 2000, em um jogo do seu time contra a Lazio, no dia em que voltava a atuar, Ronaldo sofreu a mais grave lesão da sua carreira: ao tentar driblar um defensor, ele rompeu todos os ligamentos do mesmo joelho direito. As imagens da dor do craque rodaram o mundo. Quinze meses parado. 


Médicos, torcedores e jornalistas decretaram o fim da sua carreira. Contavam os últimos dias, enquanto atleta profissional de futebol, do menino carioca que deu seus primeiros passos no São Cristóvão FR e foi revelado ao mundo com a camisa do Cruzeiro. Só não contavam com a mágica Copa de 2002.


Às vésperas da competição, Ronaldinho se recuperou e chegou a participar de alguns amistosos pelo seu time na Itália. O mundo assistia com surpresa a volta do craque aos gramados, só não previam a sua ida à Coreia/Japão. Na convocação final, o técnico Felipão bancou o artilheiro entre os chamados. Foi corajoso, e foi apedrejado.


Na Ásia, Ronaldinho provou, diante de um mundo embasbacado, que era mesmo “O Fenômeno” - alcunha dada pela imprensa italiana após a sua meteórica passagem pela Inter de Milão. Os favoritos da Copa foram caindo pouco a pouco: França e Argentina se despediram ainda na primeira fase. A Itália foi despachada pela Coreia no mata-mata. Quem não caiu antes foi despachado pelo próprio Brasil ao longo do caminho, como a Inglaterra, nas quartas-de-final, e a Alemanha, na grande decisão.


Ronaldo comemora mais um dos seus gols pela Seleção Brasileira.


Era a época dos álbuns de figurinhas, das tabelas da Panini e dos cartões telefônicos temáticos. A garotada colecionava todos itens que conseguia. A figurinha do Ronaldinho era a mais concorrida. Com precisão, a gente ia assistindo aos jogos da Copa e anotando na tabela cada resultado, prevendo os próximos duelos e mantendo viva a nossa esperança de ver pela primeira vez o Brasil ganhando uma Copa.


Turcos, chineses e costarriquenhos foram as vítimas na primeira fase. Além de Ronaldinho, outros craques desfilavam o seu talento e encantavam: Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Cafu, Roberto Carlos, Marcos. Os belgas foram osso duro nas oitavas; confesso que temi pela eliminação diante dos ingleses nas quartas, mas deu tudo certo naquela madrugada; os turcos reapareceram na semifinal, mais bravos, porém não foram páreo suficiente para a força da camisa canarinho, que estava mesmo predestinada a buscar a taça.


Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002. Em pé: Edmílson, Lúcio, Gilberto Silva, Roque Jr, Marcos e Cafu; agachados: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldinho, Roberto Carlos, Rivaldo e Kléberson.


O jogo final diante dos alemães coroou a epopeia de Ronaldinho. O artilheiro marcou duas vezes sobre o carrancudo Khan, chegou a 8 gols na competição e fechou a conta como o melhor marcador daquela Copa. O Brasil venceu todos os seus sete jogos, repetindo o feito de 1970, quando o Esquadrão de Pelé, Tostão e Jairzinho derrotou todos os seus seis adversários.


Foi a confirmação da maior reviravolta que o mundo do futebol já havia visto, até então. Ronaldinho, agora Ronaldo, mostrou que era de fato um Fenômeno desse esporte. O Brasil viveu um domingo de glória, e viu nascer um novo herói, exemplo de persistência para toda uma geração. Foguetes e muita festa para os campeões, desfiles pelas ruas da cidade. Naquela época, o verde e o amarelo eram vestidos com orgulho. 


Vinte anos depois e ainda consigo me lembrar de cada jogo, cada gol, cada momento de apreensão e alegria. Parece que ainda consigo sentir o cheiro do dia daquela final, a sensação de cada lance. Digo com muito orgulho que aquela foi a Copa da minha vida. Eu vi o Fenômeno jogar, eu vi o Penta… e que bom foi viver tudo aquilo.



Um abraço aos amigos do DebateZeiros!


Por: Ezequiel Silva - @ezequielssilva89

Edição: Renata Batista - @Re_Battista

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